sexta-feira, 21 de novembro de 2014

Improviso Contábil: Razonetes de um Arlequim



E não me conte se falta muito tempo. Permita-me a espera, que eu não saiba se teus dedos tocaram minha pele por não se controlarem de desejo ou por um movimento desajeitado, que eu me perca no crédito/débito das contas e a minha razão não tenha certeza de onde veio a atenção que te roubei, que nossos olhares se inflamem ao se encontrarem, mas que o seu rastro seja a incerteza do que se passa.

Não conto o tempo. Não me conte, sou feita de letras, não tenho valor fiscal. Não é por covardia, não me isento, é pela audácia de compreender cada débito da sua conta creditado na minha, é pela coragem de apreciá-los no silêncio de meu labor sem ter visto a prova de que estamos em partidas dobradas. Não se apresse, completemos preguiçosamente os razonetes...

Ficamos assim enquanto coubermos no tempo que falta, e quando não coubermos mais, transbordaremos... Nesse momento nem com auditoria será possível compreender como geramos saldo tamanho com receitas tão simples. Não haverá quem nos condene porque no final a Demonstração do Resultado do Exercício será um fato. O lucro está no caixa. Meus risos para teus guizos. 
  

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